Stefanie Scott, encontrando a autenticidade, empatia e vulnerabilidade na arte.


Recentemente foi publicada uma nova edição da revista The Messy Heads a Rebel Rebel, e nesta nova edição Emma Mercury, criadora da revista, conta como conheceu Stefanie e sobre a grande mudança que sua carreira teve logo após o termino de Programa de Talentos. Ela também conta como a Stefanie realmente é fora das câmeras.

Stef foi uma das primeiras pessoas que conheci quando me mudei para LA. Nós nos vimos em um restaurante indiano, eu sentei ao lado dela, perto de umas oito pessoas, e nós começamos uma conversa sobre perseguir nossas paixões e criar arte com um propósito. Desde então, ela se tornou uma de minhas amigas mais próximas. Ela frequentemente me envia longos textos sobre vídeos do YouTube para assistir, meditações para ouvir e novos filmes Indie passando em um cinema próximo. Sua playlist é composta por músicas dos anos 40 e ela fica muito animada quando encontra um lugar vendendo nachos veganos. Ela sempre carrega malachite com ela e está tão apaixonada pelas mudanças da vida. Um medley para estudar e apreciar a vida. Retratar a emoção humana é seu trabalho em tempo integral.
Ela fica tão animada quando falamos sobre seu trabalho, ela olha para o teto com um sorriso bobo no rosto e com olhos brilhando. Para ela, atuar é uma maneira de se conectar. Nos últimos dois anos, ela perdeu a personalidade de "Garota Perfeita" que veio com seu primeiro papel na TV- Referindo-se a seu papel como Lexi Reed em Programa de Talentos- confiou em si mesma e fez o oposto do que todos lhe disseram para fazer. Ela gravou um vídeo clip inteiro, "Girls Like Girls", sem dizer a sua equipe; Fez também audições para ser uma stripper a meia noite e seu armário.
Sua busca pela humanidade e propósitos dentro de si vão além do que apenas rostos bonitos. Uma vez ela leu em voz alta para mim, a descrição de um personagem que ela iria fazer. Exasperada, seus dedos traçaram as palavras: "Inteligente, Bonita, mas não sabe". Ela fez uma pausa e fechou os olhos "Porque não posso saber que sou bonita?!"
Stef é uma artista. Seu médium está agindo, contando histórias humanas, ela é uma rebelde por essas razões. Sua arte é sua voz- sua maneira de defender o que acredita é o certo. Em uma noite, nós nos sentamos ao redor de uma mesa e ela me contou sua história do início ao fim.
"Por muito tempo, eu estava fingindo ser alguém que eu não sou. Quando está com quatorze anos todos passam por uma fase de auto-descoberta. Ser livre para experimentar é algo importante, mas- por causa de meu trabalho- eu estava presa em uma caixa. Havia um monte de pessoas que vinham até mim e me seguiam, mas a maioria apenas me conhecia como este personagem- Lexi Reed de Programa de Talentos- Na realidade eu não era nada como ela e estava atravessando o período mais negro da minha vida pessoal.
Era mais fácil ser a pessoa que os outros esperavam que eu fosse em vez de sentar-se comigo e tentar descobrir quem eu era-e o que eu estava passando. Eu estava interpretando um pessoa que era "perfeita", mesmo quando a câmera parava de rodar.
Após o término do programa a primeira coisa que fiz foi pintar o meu cabelo de uma cor mais escura. Eu precisava entrar em contato comigo mesma, porque eu não sabia quem diabos eu era.
Eu não podia chorar. Eu não sabia quando ou se eu realmente estava feliz. O que eu estava sentindo? Eu sempre senti que tinha de ser outra pessoa. Eu não tinha amigos de verdade- nada disso. Tudo era falso. Eu tinha desejos e sonhos, mas eu não tenho certeza se alguém acreditava que eu poderia realizá-los, porque eles não haviam me visto assim antes. Eu tinha passado por tanta coisa nesse tempo e ninguém estava ciente.
Eu comecei fazendo testes de novo, mas eu não poderia entrar em contato comigo mesma porque eu estava perdida. Eu não conseguia acertas os lugares no meu corpo. Eu era uma artista sem tinta.Eu não sabia o que fazer comigo mesma. Então eu comecei a ler- estudando fimes, estudando entrevistas, estudando a vida e, lentamente, começando a viver.
A primeira coisa que fiz ( apenas alguns meses após o término do seriado e o período onde estava me sentindo confusa) foi obter uma audição para Law & Order : Special Victims Unit, que é um rito de passagem para muitos atores. Neste papel, a personagem foi estuprada, drogada e trabalhando como stripper. Era diferente de tudo o que eu já havia feito antes mas era tudo o que eu queria fazer.
Minha equipe ficou tipo 'Oh, bem... faça, é um tiro no escuro eu não sei se você está pronta para isso'. Claro, isso me irritava e me fez querer fazer mais. Tranquei-me no armário e filmaram-me dizer as linhas de modo que eu iria me criticar. Sentei-me no chão e minha mãe gravou a audição. Coloquei uma camisa e manchei minha maquiagem dos olhos. Era meia-noite e eu pensei 'Sabe, eu vou fazer isso agora'. Eu mandei-o naquela noite e, na manhã seguinte, eu recebi um telefonema dizendo que eu consegui o papel e que eles iriam me levar para Nova Iorque. Foi uma experiência louca. Estava sem maquiagem, um anel em meu nariz e com o cabelo pintado de rosa. Estava escuro e foi tão insano estar lá naquele lugar- deitava no chão como a personagem depois de ela ter sido estuprada.
Eu não consigo explicar como eu fiz mais trabalhos desde então, mas foi realmente a primeira vez que eu senti que estava no comando. Foi elétrio chorar diante das câmeras- e funcionou, as lágrimas realmente saíram, e no momento seguinte todos no set estavam tranquilos... Depois que terminei de filmar a série, algumas semanas mais tarde eu descobri que eles me trariam de volta para mais um episódio. Eu estava tão feliz- foi nesse momento que eu descobri o quando havia para explorar no meu corpo 'Eu posso fazer isso'. No meu cérebro, em minha vida.
Sobrenatural: A Origem era uma coisa enorme para mim- foi o meu primeiro papel principal em um filme de estúdio. Eu trabalhei sete semanas seguidas, 12 a 17 horas por dia. Apenas eu e a câmera, lutando pela minha vida. O diretor me fez ver um psíquico, e fazer muita investigação ( a mãe da personagem morre de câncer no filme). Ele tinha que preencher um papel inteiro com Quinn (isto é a minha personagem), permitindo-me experimentar o emocional do personagem. E foi fisicamente desgastante, como eu estava lutando pela minha vida e tentando torna-lá real a cada momento. Meu maior medo é fazer um filme de terror onde você é a fonte sexual adolescente que está apenas em um shorts curto fugindo de alguma coisa. E A Origem é realmente uma bela história se você tirar todo o terror, é uma história de partir o coração sobre uma jovem que perdeu sua mãe. Ela tem dezessete anos e precisa decidir ir para a faculdade mas está tão perdida porque passou muitos anos sendo a mãe. Tudo o que ela estava fazendo era estender a mão por orientação , e por isso muitos podem entender o filme. Este filme- está história- ajuda as pessoas a encontrar paz dentro de si. No final de um filme você que sentir paz e você que sentir que aprendeu alguma coisa.
Quanto mais eu tenho vivido e experimentado, mais eu percebi essas peças e elas estão em todo o mundo. Essa é a beleza do filme, e essa é a beleza da atuação: ela traz isso para fora das pessoas e faz com que todos se sintam conectados e menos sozinhos. Eu fico tão animada falando sobre isso, porque isso é o que é. Todo mundo é oprimido- todos dizem oque sentir e como agir. Mas é seu direito humano sentir a emoção. Essa é a sua intuição. E é por isso que eu acredito que todos deveriam estudar atuação. Atuar, personificar, descobrir-se internamente... descobrir a vida.
Com mais trabalho você acaba tendo mais trabalho internamente. Esse é o problema com os atores nos dias de hoje. Há atores e há celebridades. Celebridades são confundidas com os atores, porque eles não fazem o trabalho; Eles não se entendem; eles não estão apresentando um desempenho que evoca sentimentos. Há uma diferença entre algo e a verdadeira arte. Eu quero fazer a minha parte, justiça. Eu quero alguém que já passou pelo mesmo que meu personagem, ver a honestidade- e a ver no meu desempenho. Eu quero que eles compreendam e tenham empatia, sintam. Meryl Streep certa vez disse 'A empatia é o coração da arte do ator'. Autenticidade. Vulnerabilidade. Empatia. 
Eu sinto que estou atraindo papéis para a minha vida que falam sobre o empoderamento feminino. Eu ainda faço audições para ser a namorada mas eu nunca irei os obter porque eu não combino em nada com eles. Eu ainda tenho muito a contar desde lado.
Eu estava assistindo a um documentário sobre atrizes e, nele, estão reclamando sobre como são aproveitadas nesse negócio. E vai continuar sendo assim até que nós, atrizes, façamos algo a respeito. 
Eu compreendo isso e eu vejo o que eles querem 'uma menina inteligente, bonita e que não sabe' e toda essa besteira. É meu trabalho trazer isto a vida como eles querem- mas preciso trazer mais a mesa- (fazer um desempenho maior do que imaginavam).
Eu apenas contracenei uma menina de quinze anos que queria ser uma prostituta. Pra mim, não há maneira maior do que critico, 'oh, ela está confusa', porque: ela tem um vida inteira atrás e a sua frente. Não é sobre ela ser uma prostituta- é sobre como ela chegou lá. É meu trabalho trazer sua dor. No final o diretor do filme veio e me disse que eu trouxe esse personagem a vida muito mais do que eles imaginavam. E é verdade, poque eu me esforcei para tornar o meu personagem HUMANO (não apenas uma pessoa para preencher espaço em um filme ou um tijolo usado para trazer todos para cima). Ela é uma pessoa completamente diferente por conta própria.
Muitas atrizes queixam-se de como o negócio está desarrumado, elas não vão chegar a lugar algum apenas reclamando. Temos que fazer algo sobre isso. Fazer o trabalho; Criar um personagem incrível; Ter uma discussão com o diretor; Mostrar o seu ponto de vista; seja forte. Muitas pessoas tem medo de confrontar os diretores, eles são apenas pessoas- e você é um ator, uma pessoa também. Eles não podem fazer um filme sem você. É uma experiência colaborativa.
Só porque algo está na página você não precisa segui-lo exatamente como está escrito. Seu trabalho é dar vida a ele. Quando você começa uma descrição de uma cena ou de um personagem é o seu trabalho torna-lo autentico ou o mais real possível. Você pode colocar poder nele- apoia-lo com a emoção, apoia-lo com o conhecimento. Você tem que colocar vida e o poder por trás de seu personagem e ser uma mulher poderosa. Quero dizes, o quão sexy é uma mulher forte? Forte é sexy. Esqueça boobs, a força vem de você. Não importa omo você olhe, encontre a sensualidade na força e na confiança.
Sobre 'Girls Like Girls', minha amiga Hayley queria dirigir o vídeo da música e estava me contando a história que ela tinha em mente. Toda a minha equipe me disse para não fazê-lo, mas eu precisava fazer isso (e eu não sei de onde esse poder veio). Olhando para trás eu não faço a menor ideia de o porque fiz isso- mas estou tão feliz que o fiz.
Eu tinha que expressar tudo sem palavras. Eu tive que fazer a coisa toda com meus olhos, o que é um desafio porque você não percebe a potencia e o poder dos nossos olhos quando é preciso transmitir algo. Você pode dizer tanto sem falar nada. Eu amo tanto essa história porque é sobre amigos que se apaixonam. É tudo sobre auto-exploração. Eu não classificaria isso como um filme lésbico- você poderia colocar em qualquer gênero em qualquer papel que iria funcionar. É apenas amor. Todo mundo conhece o amor. E todo mundo conhece a conexão. Esses são os meu momentos favoritos: quando as pessoas se beijam pela primeira vez porque você vê o acumulo e a tensão. A coisa legar sobre o vídeo foi seguir com ele. Coley- no vídeo da música- se levanta, desafia todas as probabilidades, vai até a menina e começa no fim. Você não sabe o que acontece depois do vídeo, mas é um momento tão legal, quando ela está na bicicleta.
Com o vento no meu cabelo e o sangue no meu rosto, eu me sentia livre. Essa é a parte mais bonita da atuação- eu fico emocionada falando sobre isso. Quando você está em uma cena com alguém e você esquece as linhas, você esquece tudo mas de alguma forma as palavras saem. 
Você apenas sente. Eu sinto meu coração vibrar às vezes e eu sinto o estrangulamento em minha garganta quando uma lágrima brota em meus olhos. Essa é a parte que me excita tanto e me faz querer fazê-lo. Todos os sentimentos que eu não me deixava sentir por tanto tempo chegaram. Autenticidade. Empatia. Vulnerabilidade".




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-The Messy Heads
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